quinta-feira, 12 de maio de 2011

CUIDADO COM A DIVISÃO TERRITORIAL DO PARÁ

Divisão do Pará retalhará o Estado por vantagens políticas e financeiras, diz deputado


Por trás do discurso “nobre” sobre o assunto, se escondem intenções funestas



O deputado Valdir Ganzer (PT) postou ontem (10), em seu blog, (http://valdirganzer.blogspot.com), uma mensagem falando sobre o plebiscito que tratará da divisão do estado do Pará em três.



Na postagem, o deputado esclarece que por trás do “nobre discurso” que motiva a divisão, se escondem interesses escusos que devem ser conhecidos pela população, para que os paraenses levem a sério a questão do plebiscito.



Confira o post na íntegra:



O Estado do Pará tem uma longa e sangrenta história de luta pela hegemonia de seu território e de sua gente. O movimento libertário da Cabanagem, promovido por intelectuais, religiosos e principalmente por ribeirinhos, terminou em profunda tragédia esmagada pelas forças governamentais de então.



Essa história deveria ser resgatada agora em toda a sua profundidade para ilustrar e servir de exemplo a algumas autoridades que, olhando somente pra o próprio umbigo, querem retalhar o Estado com o único propósito de amealhar vantagens políticas e ou financeiras.



Já não é de hoje que o Congresso Nacional analisa a divisão do Pará, mas nunca a realização do plebiscito esteve tão próxima de acontecer. A Câmara dos Deputados até já aprovou o esboço dos dois novos estados, Tapajós, com 27 municípios e quase 1,5 milhões de habitantes e Carajás, com 39 municípios e 1,6 milhões de habitantes. As cidades cogitadas para ser as novas capitais, todos sabem, Marabá, no sul e Santarém no oeste.



A perda de território seria de 75% sendo que o estado do Tapajós herdaria 58% da área atual paraense.



Ao Pará caberia uma população muito maior que as duas somadas que chegaria a perto de 5 milhões de habitantes com os maiores municípios em termos populacionais como Belém, Ananindeua, Marituba, Castanhal, Capanema e Bragança dentre outros.



Os ardorosos defensores da divisão argumentam que o Estado é gigantesco, ingovernável, com diferentes realidades e citam exemplos de alguns estados que se dividiram e desenvolveram. Pura balela. Por trás desse discurso “nobre” se escondem intenções funestas.



A grandeza de nosso território é interligada por centenas de rios, de afluentes e pequenos igarapés onde há milhares de anos as embarcações levam e trazem pessoas e as riquezas aqui produzidas. O minério de Carajás é transportado por rodovias e rios que cortam todo o Estado mas é no porto de Barcarena que ele finalmente é embarcado pra o exterior e futuramente teremos o porto de Espadarte, em Curuçá, para dar vazão ao crescente mercado mineral.



Quase todo combustível que a VALE necessita virá do biocombustivel produzido com dendê plantado na região nordeste e com a previsão da PETROBRÁS em perfurar poços de petróleo na costa paraense, brevemente o Para poderá receber muitos recursos de royalties além de ampliar sua exportação de commodities ou até ver implantado uma refinaria de petróleo.



Na Calha Norte, todos os municípios têm acesso à capital através do rio Amazonas e brevemente teremos asfaltadas as rodovias federais Transamazônica e a Cuiabá/Santarém interligando o centro norte através de Marabá pelo sul e Novo Progresso em direção ao Mato Grosso.



Ora, foi preciso o governo Lula e agora a presidente Dilma investirem tanto em infraestrutura como as eclusas de Tucuruí, os linhões de energia firme, o programa Luz para Todos que já atingiu quase todo o Estado, a implantação de projetos de verticalização do minério com a indústria de lâminas de aço, o asfaltamento de dezenas de rodovias importantes em todas as regiões para agora sermos retalhados como porco em matadouro?



Parte da população que vai votar a favor da emancipação de suas regiões sequer parou para avaliar os resultados dessa decisão. Para ilustrar, lembro da velha história de duas meninas que brigavam por uma boneca de pano. Tanto puxaram, tanto fizeram, que findaram arrancando as pernas, os braços e a cabeça da pobre boneca e não tiveram mais com o que brincar.



A população paraense deve ficar atenta e se informar porque o plebiscito, se confirmado, de forma alguma pode ser encarado como uma brincadeira de crianças.

Por Redação ANN e assessoria do deputado Valdir Ganzer em 11/05/2011

Um comentário:

  1. Convido a todos os paraenses a ingressarem na mais ampla mobilização em defesa do glorioso Estado do Pará, ameaçado por poderosas forças políticas e econômicas conservadoras, que tramam dividir nossa terra para criar os estados de Carajás e Tapajós. Trata-se de um grave atentado contra o povo paraense e a Amazônia, que só resultará em mais miséria, destruição e violência.



    Os poderosos querem dividir o Estado do Pará para se apropriarem de nossas riquezas minerais, florestais, hídricas, energéticas e biológicas. São os donos do dinheiro fácil, obcecados com a acumulação de capitais em detrimento da cidadania, da democracia e do desenvolvimento econômico com justiça social. São latifundiários e mineradoras que sempre odiaram o povo simples e trabalhador, bancando fortunas para eleger políticos corruptos e entreguistas ao parlamento e ao poder executivo, além de exercerem forte domínio sobre o judiciário.



    Os sucessivos governos das elites que até pouco tempo se revezaram no poder no Estado do Pará, sempre governaram de costas para o povo e contra o povo. Abandonaram nossa gente à própria sorte, fomentando a exploração predatória de nossos recursos naturais e o enriquecimento ilícito por parte de autoridades governamentais e setores do grande empresariado. O resultado dessa velha maneira de dominar e fazer política tem sido o agravamento das desigualdades sociais nas diversas regiões do nosso imenso Pará, cujas riquezas incalculáveis se chocam com a dura, perversa e desumana realidade de pobreza a que estão submetidas milhares e milhares de famílias paraenses. Trata-se de um modelo de dominação utilitário, que sempre obedeceu a perversa lógica colonialista cultivada pela burguesia brasileira, sobretudo das regiões mais ricas de nosso país, reconhecidamente submissa aos poderosos do mundo, mas terrivelmente selvagem na hora de oprimir o povo e explorar o solo sagrado de nossa terra natal. Assim tem sofrido a Amazônia e os amazônidas até os dias de hoje.



    A grave ameaça que paira sobre os paraenses só interessa às poderosas oligarquias políticas e financeiras que sempre desprezaram nosso povo, atirando-o ao desemprego e à completa miséria. São grupos perigosos, com ligações perigosas dentro e fora do país, descaradamente envolvidos nos inúmeros crimes praticados no campo, como o assassinato de trabalhadores e lideranças populares, trabalho escravo, grilagem de terras, sonegação fiscal, poluição ambiental e devastação de nossas florestas. Trata-se de um plano ardiloso e perverso, que semeia criminosamente a propaganda do ódio e da mentira, pautada num falacioso enfrentamento às injustiças e ao abandono das regiões do Tapajós e Carajás. Contudo, a farsa precisa ser desmascarada e a verdade devidamente reposta e assimilada pelos paraenses. Agora, só lhes resta tentar dividir os paraenses jogando-os uns contra os outros nessa campanha fraticida em que pretendem transformar o tal plebiscito pela separação do Pará.



    Alertamos aos paraenses e as paraenses da imperiosa necessidade de se colocar em movimento uma ampla e decidida jornada de mobilizações populares contra a divisão do Pará, capaz de conscientizar os homens e mulheres dessa terra sobre as trágicas conseqüências do desmembramento territorial, denunciando energicamente os articuladores desse golpe.



    Diante disso, Eu Rodrigo Leite, peço o apoio de todos nesta grande batalha contra os oportunistas.



    "Nossa luta poderá jorrá sangue, mais jamais será esquecida pelo povo do Pará"

    Rodrigo Leite

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